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Canoinhas criou apenas 437 empregos em quatro anos

Dados divulgados pela Fiesc, mostram quadro decadente

CANOINHAS ? Canoinhas criou apenas 437 novos postos de trabalho nos últimos quatro anos. É o que revela dados do Ministério do Trabalho divulgados esta semana. Foi o pior desempenho entre todos os municípios do Planalto Norte, praticamente empatada com Porto União, que criou 436 novos empregos no mesmo período. Entre Porto União e São Bento do Sul foram criados pouco mais de seis mil empregos, número baixo considerando que a região possui mais de 382 mil habitantes.

Em termos comparativos, os 15 municípios do Planalto Norte, juntos, apresentaram desempenho pior do que as microrregiões de São Miguel do Oeste e Xanxerê, por exemplo, localizadas na região Oeste. A cidade de Jaraguá do Sul, sozinha, conseguiu criar mais empregos com carteira assinada em 2007 do que todo o Planalto Norte em quatro anos. Jaraguá tem 130 mil habitantes.

São Bento do Sul, mergulhada numa crise industrial sem precedentes, obteve melhor desempenho no ranking dos municípios planaltinos. Foram 2.001 empregos criados no período.

Para o sociólogo Walter Marcos Knaessl Birkner, o dado é catastrófico para Canoinhas. Numa conta simples, comparando o crescimento demográfico do município a criação de empregos neste período, teríamos a criação de um emprego para cada 20 nascimentos. Numa projeção futura, quando os nascidos estiverem inseridos no mercado de trabalho, os efeitos seriam caóticos.

 O sociólogo, no entanto, lembra que as perspectivas são animadoras. ?Se temos um passado em que o mercado de empregos foi inexpressivo, provocando inclusive um êxodo de canoinhenses para outras cidades em busca de emprego, as indústrias que pretendem investir no município devem provocar o efeito inverso?.

Já para o gerente de vendas César Duarte Nascimento, mestrando em Desenvolvimento Regional e  ligado a indústria madeireira, a que mais emprega em Canoinhas, esses dados revelam uma tendência mundial em função da tecnologia e não é um problema ligado somente a criação de novos empregos, já que sem qualificação, não há como contratar. ?Precisamos além dos investimentos na região, de educação e qualificação, revisão das leis trabalhistas, revisão da carga tributária , mudanças que propiciarão diminuição do trabalho informal e adequação da relação capital/trabalho aos novos tempos?. 

 

AGROINDÚSTRIA É A ESPERANÇA

 

A aposta dos administradores das cidades do Planalto Norte, para resolver o problema do desemprego, está nas agroindústrias. Em Canoinhas, a Coopercentral Aurora vai investir mais de R$ 400 milhões a partir deste ano na construção de um frigorífico com capacidade para abater até 300 mil frangos por dia. Estima-se que 3,3 mil novos postos de trabalho sejam gerados. Outros R$ 400 milhões devem ser investidos pela empresa paulistana Eucatex na instalação de uma fábrica de substrato agrícola (adubo orgânico) a partir de cascas de pinus. Em Mafra, a expectativa é com relação ao anúncio da Sadia. Faz parte dos planos da empresa investir R$ 1 bilhão em um frigorífico, que terá extensão em Papanduva. Outros 4 mil empregos devem ser criados.

Apenas os investimentos confirmados vão gerar quase 15 mil oportunidades de trabalho e renda, entre empregos diretos, indiretos e integração de famílias de produtores rurais em todo o Planalto Norte. A excelente perspectiva também criou um clima positivo nas cidades da região, com reativação da construção civil, valorização imobiliária, aquecimento da atividade comercial e surgimento de empreendimentos de serviços e novos negócios. ?Há mais de 50 anos não se via um impulso da economia como o que estamos vendo hoje na região?, comemora o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mafra, Elói Witt.

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